Rafael, Bruno e Renato |
“Toda vocação é um mistério” já afirmava João Paulo II, mas por complemento podemos dizer que é um mistério que envolve, que laceia, que puxa e empurra, o qual você pode tentar abafar mas sempre de longe escutará aquela voz que te chama , que te convoca, e diz “não tenhas medo, Eu estou contigo”.
O primeiro chamado que Deus faz ao homem é o da santidade, que recebemos no dia de nosso batismo, no qual Ele deseja que o homem mantenha seu coração na inquietude enquanto não descansar n’Ele, como disse Santo Agostinho. Mas a inquietude do coração não é nem pode ser simples falácia, uma coisa estratosférica perdida num vácuo de pensamento, esta deve ser real e concreta, pois um coração deve ficar inquieto ao ver um mundo fingir que Deus não existe, que o homem pode se guiar por si mesmo, quando ver e ouvir o desrespeito pela vida, o extermínio de pessoas pela sua raça e crença, a desolação de mães ao verem seus filinhos passando fome e na criminalidade, e de ver gente que teve sua dignidade arrancada.
O Senhor nos amou tanto que enviou seu Filho único, para mais uma vez nos chamar a sermos santos e para nos salvar, oferecendo um sacrifício pleno de graça e santidade no lenho de uma cruz, onde despojado de todo esplendor e glória divina assumiu a defasada e pequena identidade humana que foi manchada pelo pecado, por um simples ato: o amor acima de todas as coisas.
Nesta perspectiva, o Cristo Jesus assume o sacerdócio eterno, mostrando que a resposta ao chamado de Deus consiste na doação, na entrega, no deixar-se levar por Ele todo dia à caminhos desconhecidos, que se atualiza todo dia no mistério da Sagrada Eucaristia, alimento, fonte de vida e repouso que se estende á todos, incondicionalmente. É observando a atualização do sagrado mistério pascal no altar que se dá o despertar de muitas vocações. É servindo á santidade e profundeza que envolve o momento, que o chamado de Deus á segui-lo ecoa no coração de jovens, assim como o exemplo dado pelos pastores a qual Cristo confiou a sua Igreja que inflama o coração e a alma, e faz-nos dizer “sim!”.
O amor pelo serviço do altar, a dedicação e o zelo pela celebração litúrgica, junto com a piedade do celebrante, que não ficam só nas palavras mas partem para a ação no dia-a-dia da comunidade que sufocada pela maldade que envolve o mundo hoje consegue encontrar o Cristo salvador é a motivação e o alimento de muitas vocações, que se resume na prática fundamental da vida de Igreja : “fé e obras”, não sendo diferente conosco.
Com a vinda do novo bispo diocesano á Diocese de Foz do Iguaçu, Dom Dirceu Vegini, encontramos nele o exemplo e transfiguração real dos apóstolos, do bom pastor que se for preciso dá a vida pelo rebanho, que chamou a nós jovens para o serviço ao altar na pessoa do agostiniano Fr. Rodrigo Antônio de Jesus, a qual respondemos humildemente que sim. Seu exemplo, a vivência de fé nas celebrações, o serviço ao altar, a oração, o apoio e o incentivo de nossos párocos, nos motiva hoje a dizer sim á um chamado muito maior e mais específico de entrega á uma vida religiosa e sacerdotal, que nos deixa inquietos.
Por isso, a Igreja abre espaço ao serviço desempenhados por leigos, pois como diz o salesiano Dionísio Hulse, é um solo fértil onde o Senhor planta o seu amor e sabe que vai frutificar. Tudo isso somado ao exemplo das vidas de santidade nos dão ímpeto e força de vontade para seguirmos o caminho de sermos instrumentos de realização do plano de Deus aqui na Terra para a salvação do seu povo. Por tudo isso ser mistério, não tem explicação, mas uma das vias que o Senhor utiliza (se nossa vã ignorância nos permite) para este mistério em andamento é o serviço ao altar que se concretiza no amor á Igreja continuamente. Pedimos á Ele que nos inflame cada vez mais desse amor, que abençoe nossa vocação e nos dê força para seguirmos este caminho que nos foi proposto, com perseverança, fé e amor.
Vocacionados e Servidores do Altar: Renato Kozievitch, Bruno Ramos e Rafael Cunha.
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