Santo Padre, Obrigado




Santo Padre,

Ainda ecoa em nossos corações as doces palavras dirigidas ao mundo inteiro quando eleito sucessor do Apóstolo Pedro. Sim, ao apresentar-se como humilde trabalhador na vinha do Senhor, definiu mesmo que inconsciente o que seria o governo pastoral da Igreja após o Papa João Paulo II – Magno.
O vosso pontificado foi marcado pela busca incessante da Verdade e da revelação ao mundo da verdadeira identidade da Igreja. Sabemos o quanto foi doloroso para Vossa Santidade, reconhecer as vestes manchadas de tantos sacerdotes... Mas foi também nesse momento que convidou a todos para viverem um período de profunda purificação. Não foram poucas às incompreensões, calúnias, falta de caridade e verdade por parte de uma sociedade secularizada, marcada pela falta de ética e compromisso com a Verdade plena que liberta e faz viver. Porém, a ditadura do relativismo e da secularização não foram capazes de calar a voz profética de V. S. ao gritar no deserto estéril de um mundo que aos poucos se torna paganizado, que Deus é Amor; e que sem a Caridade na Verdade não conseguiremos alimentar a Esperança que nos salva. Porém, se a barca de Pedro pareceu-lhe por vezes agitada, não careceu o apoio e intercessão dos crentes de todos os tempos e lugares.
Santidade, vosso legado é rico e cheio de alento para às gerações póstumas. O convite para uma coerência profunda da vida com a fé, só pode ser entendido de fato, à luz da verdadeira caridade que nos une ao Cristo Senhor.
Somos intensamente agradecidos e agraciados pelos oito anos de Pontificado entre nós:
Obrigado Santidade pelo Ano Sacerdotal;
Pela Visita Apostólica ao Brasil;
Pelo Ano da Fé;
Pela Beatificação de João Paulo II;
Pela participação nas três edições da JMJ durante vosso pontificado;
Pela escolha do Brasil para sediar a JMJ em julho;
Pelas Encíclicas e Exortações Apostólicas;
Pelos sorrisos e alegrias proporcionados a nós com tudo que V. S. realizou em favor dos fiéis;
Por fim, obrigado por nos revelar o rosto tão Humano e tão Divino de Deus.

Obrigado, Doce Cristo na Terra – Renúncia do Papa Bento XVI



Hoje, 28 de fevereiro do 2013, às 20 horas horário de Roma, 16 horas horário de Brasília, a Sé Romana estará Vacante. No último dia 11 de fevereiro, o Papa Bento XVI comunicou ao mundo sua renúncia, “Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro[...]“. Esta notícia chegou a todos os recônditos do mundo e provocou reações adversas, surpreendendo a todos. A princípio o sentimento primeiro foi de confusão, aturdimento. Após uma reflexão à luz do Espírito Santo todos foram percebendo a humildade, o desprendimento, o amor e o sentido de uma renúncia total de si mesmo que este ato do Sumo Pontífice representa.

Joseph Ratzinger é um teólogo brilhante, um estudioso assíduo, um escritor enfático, direto e de conteúdo, um defensor da Igreja e da Tradição Apostólica. Após assumir a Cátedra de Pedro, Bento XVI revelou-se um pai bondoso e cheio de misericórdia, um pastor firme e amoroso, o Pontífice que buscou ligar-nos continuamente a Deus e mostrar que Ele é o centro da vida da Igreja e da vida de cada batizado.

Diante do mundo secularizado, que coloca o homem como princípio, meio e fim de sua própria existência, em uma ideologia agnóstica e ateísta, Bento XVI mostrou que Deus é Amor, proclamou o ano da fé, para que cada católico volte ao primeiro amor, ao batismo e renove a fé em Cristo e na sua Igreja, buscou incansavelmente trabalhar pela Nova Evangelização, revelar seu amor e carinho pelos jovens, crianças e doentes, estreitou as relações com as Igrejas Irmãs e com as grandes religiões, enfim, dedicou toda sua força física e espiritual na condução da Igreja de Cristo.

O Papa Bento XVI deixa para o mundo um grande legado de fé, esperança e caridade, ensina-nos porque é o Servo dos Servos de Deus e convida-nos a imitá-lo pela renúncia de si mesmo em favor do próximo. Ele permanecerá, como afirmou, junto à Cruz do Senhor, dedicando-se até o fim a rezar, elevando a Deus sua oração pela barca de Pedro. Rezemos também nós por nosso amado Papa, a partir desta noite o Romano Pontífice Emérito. Rezemos pelos cardeais, que reunir-se-ão no Conclave para eleger o próximo Bispo de Roma, sucessor de Pedro. Rezemos pelo próximo Pastor da Igreja Católica Apostólica Romana. Confiantes à intercessão Materna de Nossa Senhora, tendo certeza de que é o Espírito Santo que guia, que defende e que mantém firme a Igreja de Jesus Cristo, ontem, hoje e por todos os séculos.

Obrigado Papa Bento XVI, obrigado Doce Cristo na Terra!!!

CONVOCAÇÃO


DIOCESE DE FOZ DO IGUAÇU
Coordenação Diocesana dos Coroinhas,     
Cerimoniários e Acólitos

CONVOCAÇÃO
MYSTÉRIUM FIDEI”

“A participação dos fiéis na celebração da Eucaristia e dos outros ritos da Igreja não pode ser reduzida a mera presença, muito menos passiva, mas deve ser considerada um verdadeiro exercício da fé e da dignidade batismal.” (RS 37) “O fiel leigo chamado a prestar ajuda nas celebrações litúrgicas deve estar devidamente preparado e se distinguir pela vida cristã, fé, conduta e fidelidade ao magistério da Igreja.” (RS 46)

PREZADO CERIMONIÁRIO,
O serviço do altar requer pessoas que de fato exerçam sua fé dignamente através do testemunho de vida cristã, e, que também estejam devidamente preparados.
Neste espírito, CONVOCAMO-VOS para o RETIRO DE RECICLAGEM E FORMAÇÃO DOS CERIMONIÁRIOS INVESTIDOS DA DIOCESE DE FOZ DO IGUAÇU – PR. O mesmo realizar-se-á nos dias 09 e 10 de março de 2013, com início às 8 horas do sábado e término às 17 horas do domingo, na cidade de Santa Terezinha de Itaipu. A direção do retiro e a formação estarão sob a responsabilidade do Reverendíssimo Padre Emmanuel Cardozo - mestre de cerimônias da Arquidiocese de Curitiba – PR.
Tendo em vista as obrigações trabalhistas que possa vir a ter, pedimos que busque um diálogo para conseguir a dispensa nestes dias. Não sendo possível a dispensa, faça um esforço para participar quando não estiver trabalhando.  Se por algum motivo de força maior seja impossível a vossa presença, faz-se necessário uma justificação por escrito, que deve ser enviada à coordenação diocesana.
Reiteramos que é imprescindível a vossa presença.
Para que possamos cobrir os gastos com a realização do encontro, será cobrada uma taxa de R$25,00. Haverá pouso no local. Levar: Bíblia, Instrução Geral do Missal Romano, Redemptionis Sacramentum, Sacrosanctum Concilium, Porta Fidei, material para anotação, artigos de higiene pessoal, roupa de cama, veste talar negra, amito e sobrepeliz.
Atenciosamente,

Coordenação Diocesana.

“Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.” (PF 9)



Tempo da Quaresma


Amanhã Iniciamos o Tempo Quaresmal, é bom sempre recordarmos o sentido e a importância deste tempo. Portanto, segue um artigo do Bispo Dom Henrique Soares da Costa:



"A Quaresma é um período de quarenta dias. Inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, prolongando-se até a Quinta-feira Santa, antes da Missa na Ceia do Senhor. Trata-se de um tempo privilegiado de conversão, combate espiritual, jejum e escuta da
Palavra de Deus. A característica fundamental e indispensável da Quaresma é a renúncia de alimentos e o jejum! O número de quarenta dias é importantíssimo, pois tem toda uma significação bíblica: a preparação para o encontro com Deus: os quarenta dias do Dilúvio, os quarenta dias de Moisés no Monte Sinai, os quarenta anos de Israel no deserto, os quarenta dias do caminho de Elias até o Sinai e, sobretudo, os quarenta dias do Senhor Jesus no deserto, preparando sua vida pública. É digno de nota que o mesmo Jesus que entrou na penitência dos quarenta dias aparece transfigurado com dois outros penitentes: Moisés e Elias! Por isso mesmo, o cuidado da Igreja de reservar exatos quarenta dias para a penitência! É tão antigo que tem suas raízes na própria prática da Igreja apostólica.

Na Igreja Antiga este era o tempo no qual os catecúmenos (adultos que se preparavam para o Batismo) recebiam os últimos retoques em sua formação para a vida cristã. Assim, surgiu a Quaresma: tempo no qual os não batizados completam seu catecumenato pela oração a penitência e os ritos próprios, chamados escrutínios e os cristãos, já batizados, pela purificação e a oração, buscam renovar sua conversão batismal para celebrarem na alegria espiritual a Santa Vigília de Páscoa, na madrugada do Domingo da Ressurreição, renovando suas promessas batismais. Fica claro, portanto, que a finalidade da penitência e do combate quaresmais é conformar-se ao Cristo ressuscitado! A Quaresma tem, portanto, uma finalidade pascal!

As práticas da Quaresma
a oração - neste tempo os cristãos se dedicam mais à oração. Uma boa prática é rezar diariamente um salmo ou, para os mais generosos, rezar todo o saltério no decorrer dos quarenta dias. Pode-se, também, rezar a Via Sacra às sextas-feiras!
a penitência - todos os dias quaresmais (exceto os domingos!) são dias de penitência. Cada um deve escolher uma pequena prática penitencial para este tempo. Por exemplo: renunciar a um lanche diariamente, ou a uma sobremesa, não comer carne às quartas e sextas-feiras, etc... Na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa os cristãos jejuam: o jejum nos faz recordar que somos frágeis e que a vida que temos é um dom de Deus, que deve ser vivida em união com ele. Os mais generosos podem jejuar todas as sextas-feiras da Quaresma. Farão muitíssimo bem!
a esmola - trata-se da caridade fraterna. Este tempo santo deve abrir nosso coração para os irmãos: esmola, capacidade de ajudar, visitar os doentes, aprender a escutar os outros, reconciliar-se com alguém de quem estamos afastados - eis algumas das coisas que se pode fazer neste sentido! “O que a oração pede, o jejum alcança e a esmola recebe. O jejum é a alma da oração, e a esmola é a vida do jejum. Ninguém tente dividi-las porque são inseparáveis. Portanto, quem ora, jejue; e quem jejua, pratique a esmola” (São Pedro Crisólogo – século IV).
a meditação da Palavra de Deus - este é um tempo de escuta mais atenta da Palavra: o homem não vive somente de pão, mas de toda Palavra saída da boca de Deus. Seria muitíssimo recomendável ler durante este tempo o Livro do Êxodo ou o Profeta Jeremias ou Oséias ou, ainda, um dos Evangelhos ou a Epístola aos Romanos.
a conversão “Eis o tempo da conversão!”, diz-nos São Paulo. Que cada um veja um vício, um ponto fraco, que o afasta de Cristo, e procure lutar, combatê-lo nesta Quaresma! Os antigos apontavam os sete vícios capitais: a soberba, a avareza, a acédia, a ira, a tristeza, a gula e a luxúria.

A liturgia da Quaresma
Este tempo sagrado é marcado por alguns sinais especiais nas celebrações da Igreja:
a cor da liturgia é o roxo - sinal de sobriedade, penitência e conversão;
não se canta o Glória nas missas (exceto nas solenidades, quando houver;)
não se canta o aleluia que, sinal de alegria e júbilo, somente será cantado outra vez na Páscoa da Ressurreição (isto vale mesmo para as festas e solenidades);
os cantos da missa devem ter uma melodia simples; um bom costume é que o Credo, o Santo, o Pai-nosso e o Cordeiro e as respostas da Oração Eucarística sejam recitados, não cantados;
não é permitido que se toque nenhum instrumento musical, a não ser para sustentar o canto, em sinal de jejum dos nossos ouvidos, que devem ser mais atentos à Palavra de Deus.
não é permitido usar flores nos altares, em sinal de despojamento e penitência (nos casamentos e outras festas as igrejas, devem ser enfeitadas com MUITA sobriedade!);
a partir da quinta semana da Quaresma podem-se cobrir de roxo ou branco as imagens, em sinal de jejum dos sentido, sobretudo dos olhos."

Bento XVI anuncia demissão



2013-02-11 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI anunciou esta segunda-feira que se demitirá no dia 28 de fevereiro. Eis o texto integral do anúncio:

          Caríssimos Irmãos,
    convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

          Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP XVI

Fonte: Vaticano

Inauguração do Seminário Diocesano Nossa Senhora de Guadalupe



Nesta quinta-feira, 07 de fevereiro, o Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu, Dom Dirceu Vegini, celebrou a Santa Missa e inaugurou o Seminário Diocesano Nossa Senhora de Guadalupe, na comunidade São José Operário, paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Foz do Iguaçu. Até então, Seminário localizava-se na Paróquia Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Estiveram presentes, junto ao Bispo, vários sacerdotes, dentre eles o Reitor do Seminário Menor, o Reverendíssimo Padre Marcio Fernando Mangoni, dez seminaristas, que iniciarão as atividades no neoseminário, juntamente com seus familiares e demais seminaristas da filosofia e teologia.

A Santa Missa teve início às 10h. Em sua homilia, Dom Dirceu Vegini ressaltou a importância da missão deixada por Jesus Cristo aos sacerdotes, citando o Evangelho do dia: “Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem”(Mc 6,12). Ainda exortou sobre a importância da vivência da pobreza evangélica por parte de todo cristão, sobretudo daqueles que assumem a vocação presbiteral, que tal como fez Jesus Cristo, doem a própria vida em favor do povo de Deus. Por fim, dirigiu-se aos seminaristas pedindo que sejam fiéis aos desígnios de Deus, pois Ele mesmo os chamou a cada um pelo nome.

Após a Missa, Dom Dirceu Vegini abençoou as novas dependências do Seminário Diocesano, em seguida todos os presentes dirigiram-se para o salão de festas da comunidade para o almoço.





Bote Fé - Diocese de Foz do Iguaçu



Na última terça-feira, 05, a Diocese de Foz do Iguaçu recebeu a Cruz Peregrina da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone de Nossa Senhora, dando início ao seu “Bote Fé”. Os símbolos da JMJ foram acolhidos pelo Bispo Diocesano Dom Dirceu Vegini, presbíteros e juventude na Paróquia São José Operário, em Céu Azul, área pastoral III, lá se reuniram para colocarem-se com Maria, aos pés da Cruz,para a oração do terço.

Em seguida, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora foram levados para a paróquia Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, na cidade de Medianeira, área pastoral II, onde milhares de jovens acolheram os símbolos enviados pelo Papa e participaram da Santa Missa presidida por Dom Dirceu Vegini.

Após, na Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalupe, em Foz do Iguaçu, área pastoral I, centenas de pessoas aguardavam com velas acesas a Cruz e o Ícone de Maria na ermida da Obra da Catedral e de lá seguiram em procissão até a paróquia, onde após ouvir as palavras do Bispo Diocesano, permaneceram em vigília.

Na manhã do dia 06, às 6h30, Dom Dirceu Vegini  celebrou a Santa Missa na Catedral diocesana, encerrando a vigília dos jovens e dando início à peregrinação da Cruz do Ano Santo e do Ícone de Nossa Senhora pela Casa de Recuperação Sagrada Família, Cadeia Pública de Foz, Hospital Municipal, CENSE – Centro de Socioeducação de Foz do Iguaçu, Praça do Mitre. A partir desta, os jovens conduziram a Cruz até a Paróquia São João Batista onde aconteceu a Missa de Envio da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora para a Diocese de Toledo.




















MENSAGEM DE SUA SANTIDADE BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2013



Crer na caridade suscita caridade  
«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (
1 Jo 4, 16)  

Queridos irmãos e irmãs!

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé

Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).

Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).

A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf.Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade

À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.

A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade

Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).

A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).

Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!

Vaticano, 15 de Outubro de 2012


BENEDICTUS PP. XVI