Requiescant in Pace - Cardeal Carlo Maria Martini


O Arcebispo de Milão-It. Cardeal Angelo Scola e seus bispos auxiliares, comunica a triste notícia do falecimento do Cardeal Carlo Maria Martini.

Rezemos pela alma deste servo do Senhor, e que Deus o receba em sua glória.

Réquiem ætérnam dona eis, Dómine, 
Et lux perpétua lúceat eis
Riquiéscant in pace.
Amen

LA MORTE DEL CARD. CARLO MARIA MARTINI 
LA PREGHIERA DELL’ARCIVESCOVO CARD. SCOLA 
E DELLA DIOCESI

Milano, 31 agosto 2012
L'arcivescovo di Milano il cardinale Angelo Scola e il Consiglio episcopale milanese, appresa la notizia della morte del cardinale Carlo Maria Martini, si sono raccolti in preghiera.

Grati a Dio per il dono della sua persona e del suo lungo ministero, invitano tutti, famigli
e, comunità parrocchiali e religiose a intensificare la preghiera. 

L'Arcivescovo, il Consiglio episcopale e il Capitolo della Cattedrale accoglieranno la salma del cardinale Martini in Duomo a Milano sabato 1 settembre alle ore 12.00. 

Da quel momento sarà possibile renderle omaggio sino ai funerali che verranno celebrati lunedì 3 settembre alle ore 16.00.

Per le celebrazioni eucaristiche di domenica 2 settembre l'Ufficio liturgico della Curia predisporrà intenzioni di preghiera particolari.

Per tutti gli aspetti pratici relativi ai funerali verrà data opportuna comunicazione.

don Davide Milani
Responsabile Comunicazione 
Arcidiocesi di Milano

IGMR - AS VÁRIAS PARTES DA MISSA


III. As várias partes da Missa

A) Ritos iniciais
46.          Os ritos que precedem a liturgia da palavra – entrada, saudação, acto penitencial, Kýrie (Senhor, tende piedade de nós), Glória e oração colecta – têm o carácter de exórdio, introdução e preparação.
É sua finalidade estabelecer a comunhão entre os fiéis reunidos e dispô-los para ouvirem devidamente a palavra de Deus e celebrarem dignamente a Eucaristia.
                Em algumas celebrações que, segundo as normas dos livros litúrgicos, se ligam à Missa, os ritos iniciais omitem-se ou realizam-se de modo específico.

Entrada
47.          Reunido o povo, enquanto entra o sacerdote com o diácono e os ministros, inicia-se o cântico de entrada. A finalidade deste cântico é dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros.
48.          O cântico de entrada é executado alternadamente pela schola e pelo povo, ou por um cantor alternando com o povo, ou por toda a assembleia em conjunto, ou somente pela schola. Pode utilizar-se ou a antífona com o respectivo salmo que vem no Gradual Romano ou no Gradual simples, ou outro cântico apropriado à acção sagrada ou ao carácter do dia ou do tempo, cujo texto tenha a aprovação da Conferência Episcopal.
Se não há cântico de entrada, recita-se a antífona que vem no Missal, ou por todos os fiéis, ou por alguns deles, ou por um leitor; ou então pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la à maneira de admonição inicial (cf. n. 31).

Saudação do altar e da assembleia
49.        Chegados ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com inclinação profunda.
Em sinal de veneração, o sacerdote e o diácono beijam então o altar; e, se for oportuno, o sacerdote incensa a cruz e o altar.
50.        Terminado o cântico de entrada, o sacerdote, de pé junto da cadeira, e toda a assembleia fazem sobre si próprios o sinal da cruz; em seguida, pela saudação, faz sentir à comunidade reunida a presença do Senhor. Com esta saudação e a resposta do povo manifesta-se o mistério da Igreja reunida.
Depois da saudação do povo, o sacerdote, ou o diácono, ou outro ministro, pode, com palavras muito breves, introduzir os fiéis na Missa do dia.

Acto penitencial
51.          Em seguida, o sacerdote convida ao acto penitencial, o qual, após uma breve pausa de silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral e termina com a absolvição do sacerdote; esta absolvição, porém, carece da eficácia do sacramento da penitência.
                Ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado acto penitencial pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo.

Kýrie, eleison
52.          Depois do acto penitencial, diz-se sempre o Senhor, tende piedade de nós (Kýrie, eléison), a não ser que já tenha sido incluído no acto penitencial. Dado tratar-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada entre o povo e a schola ou um cantor.
Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não exclui, porém, um maior número, de acordo com a índole de cada língua, da arte musical ou das circunstâncias. Quando o Kýrie é cantado como parte do acto penitencial, cada aclamação é precedida de um «tropo».

Glória in excelsis
53.          O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto deste hino por outro. É começado pelo sacerdote ou, se for oportuno, por um cantor, ou pela schola, e é cantado ou por todos em conjunto, ou pelo povo alternando com a schola, ou só pela schola. Se não é cantado, é recitado ou por todos em conjunto ou por dois coros alternadamente.
Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento e da Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em particulares celebrações mais solenes.

Oração colecta
54.          Em seguida, o sacerdote convida o povo à oração; e todos, juntamente com ele, se recolhem uns momentos em silêncio, a fim de tomarem consciência de que se encontram na presença de Deus e poderem formular interiormente as suas intenções. Então o sacerdote diz a oração que se chama «colecta», pela qual se exprime o carácter da celebração. Segundo a tradição antiga da Igreja, a oração dirige-se habitualmente a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, e termina com a conclusão trinitária, isto é, a mais longa, deste modo:
– se é dirigida ao Pai: Per Dóminum nostrum Iesum Christum Fílium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sancti, Deus, per ómnia sáecula saeculórum;
– se é dirigido ao Pai, mas no fim é mencionado o Filho: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spíritus Sancti, Deus, per omnia sáecula saeculórum;
– se é dirigido ao Filho: Qui vivis et regnas cum Deo Patre in unitate Spíritus Sancti, Deus, per omnia sáecula saeculórum.
O povo associa-se a esta súplica e faz sua a oração pela aclamação Amen.
            Na Missa diz-se sempre uma só oração colecta.
* Com a aprovação da Sé Apostólica, nos países de língua portuguesa as orações concluem todas do mesmo modo:
– se é dirigida ao Pai: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;
– se é dirigido ao Pai, mas no fim é mencionado o Filho: Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;
– se é dirigido ao Filho: Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.


II Encontro Diocesano de Servidores do Altar


Ocorreu no último domingo, dia 19, na Paróquia Santa Teresinha, em Santa Terezinha de Itaipu o II Encontro Diocesano de Servidores do Altar. O tema escolhido foi “Mysterium Fidei” e o Lema “A fé que atua pelo amor”(Gl 5,6) em vista do ano da fé, que se inicia no próximo dia 11 de outubro.

Após a acolhida, os 474 participantes do encontro, reuniram-se na Igreja Matriz para a celebração do Santo Sacrifício da Missa na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Em seguida os coroinhas e acólitos compartilharam de um momento de oração e formação sobre o ano da fé. Os cerimoniários reuniram-se com o Assessor Diocesano dos CCA, Padre Antonio Francisco de Melo Viana e os Coordenadores paroquiais participaram de uma reunião com o Coordenador dos Servidores do Altar, Mauricio Zvir.  Nesta última reunião foram confirmados os coordenadores das três áreas pastorais da Diocese, respectivamente, Everton Santos Alchapar, Lori Josefa Rodem Velza e Márcia Momo Pivotto.
Após o almoço foram propostas inúmeras atividades esportivas e recreativas. O encontro foi encerrado com a partilha de um lanche.

Além dos coroinhas, cerimoniários, acólitos, pais, coordenadores, responsáveis e do Assessor Diocesano e Pároco da Paróquia Santa Teresinha, Pe. Antônio Francisco de Melo Viana, contamos com a presença do Diácono Moisés, da Paróquia Nossa Senhora do Caravaggio, do Pe. Anselmo Cristofori, vigário da paróquia São Miguel, do Pe. Ivo Kuhn, pároco da paróquia São Pedro e do Pe. Joao Ribeiro, vigário da paróquia Nossa Senhora da Conceição.

A Coordenação Diocesana agradece a todos os presentes, à paróquia Santa Teresinha pela acolhida e organização, à todos os que contribuíram de uma forma ou de outra para a realização do encontro e ao Bispo Diocesano Dom Dirceu Vegini pelo apoio e oração. Que Deus continue nos abençoando e que sob o olhar atento da Virgem Maria permaneçamos fiéis ao serviço a que fomos chamados, atuando edificados na fé e firmes no amor a Cristo.



























Veja como foi o 2º Encontro Diocesano dos CCA


Aconteceu em Santa Terezinha de Itaipu o 2º Encontro Diocesano dos Servidores do Altar da nossa Diocese de Foz do Iguaçu. Confira algumas fotos na nossa página do Facebook.

IGMR - ESTRUTURA DA MISSA, SEUS ELEMENTOS E SUAS PARTES


I. Estrutura geral da Missa

27.       Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que faz as vezes de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico. A esta assembleia local da santa Igreja se aplica eminentemente a promessa de Cristo: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18, 20). Com efeito, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente: na própria assembleia congregada em seu nome, na pessoa do ministro, na sua palavra e, ainda, de uma forma substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.
28.       A Missa consta, por assim dizer, de duas partes: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística. Estas duas partes, porém, estão entre si tão estreitamente ligadas que constituem um único acto de culto. De facto, na Missa é posta a mesa, tanto da palavra de Deus como do Corpo de Cristo, mesa em que os fiéis recebem instrução e alimento. Há ainda determinados ritos, a abrir e a concluir a celebração.


II. Os diversos elementos da Missa

Leitura da palavra de Deus e sua explanação
29.       Quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura, é o próprio Deus quem fala ao seu povo, é Cristo, presente na sua palavra, quem anuncia o Evangelho.
Por isso as leituras da palavra de Deus, que oferecem à Liturgia um elemento da maior importância, devem ser escutadas por todos com veneração. E embora a palavra divina, contida nas leituras da Sagrada Escritura, seja dirigida a todos os homens de todos os tempos e seja para eles inteligível, no entanto a sua mais plena compreensão e a sua eficácia são favorecidas por um comentário vivo, isto é, a homilia, que faz parte da ação litúrgica.

Orações e outros elementos que pertencem à função do sacerdote
30.          Entre as partes da Missa que pertencem ao sacerdote, está em primeiro lugar a Oração eucarística, ponto culminante de toda a celebração. Vêm a seguir as orações: a oração coleta, a oração sobre as oferendas e a oração depois da comunhão. O sacerdote, que preside à assembléia fazendo as vezes de Cristo, dirige estas orações a Deus em nome de todo o povo santo e de todos os presentes. Por isso se chamam “orações presidenciais”.
31.          Compete igualmente ao sacerdote, enquanto presidente da assembléia reunida, fazer certas admoestações previstas no próprio rito. Onde as rubricas o prevejam, o celebrante pode adaptá-las de modo a corresponderem melhor à capacidade dos participantes; no entanto, o sacerdote deve procurar que o sentido da admoestação proposta no livro litúrgico seja sempre mantido e expresso em poucas palavras. Pertence ainda ao sacerdote presidente anunciar a palavra de Deus e dar a bênção final. Pode ainda introduzir os fiéis, com brevíssimas palavras: na Missa do dia, após a saudação inicial e antes do rito penitencial; na liturgia da palavra, antes das leituras; na Oração eucarística, antes do Prefácio, mas nunca dentro da própria Oração; finalmente, antes da despedida, ao terminar toda a ação sagrada.
32.          O carácter «presidencial» destas intervenções exige que elas sejam proferidas em voz alta e clara e escutadas por todos com atenção. Por isso, enquanto o sacerdote as profere, não se hão-de ouvir nenhumas outras orações ou cânticos, nem o toque do órgão ou de outros instrumentos musicais.

33.          Como presidente, o sacerdote pronuncia as orações em nome da Igreja e da comunidade reunida, mas, por vezes, também o faz em nome pessoal, para despertar maior atenção e piedade no exercício do seu ministério. Estas orações, propostas para antes da leitura do Evangelho, na preparação dos dons, e antes e depois da comunhão do sacerdote, são ditas em silêncio (“secreto”).

Outras fórmulas utilizadas na celebração
34.          A celebração da Missa é, por sua natureza, “comunitária”. Por isso têm grande importância os diálogos entre o celebrante e os fiéis reunidos, bem como as aclamações. Tais elementos não são apenas sinais externos de celebração colectiva, mas favorecem e realizam a estreita comunhão entre o sacerdote e o povo.
35.          As aclamações e as respostas dos fiéis às saudações do sacerdote e às orações constituem aquele grau de participação activa por parte da assembleia dos fiéis, que se exige em todas as formas de celebração da Missa, para que se exprima claramente e se estimule a acção de toda a comunidade.
36.          Há ainda outras partes da celebração, que pertencem igualmente a toda a assembleia convocada e muito contribuem para manifestar e favorecer a participação activa dos fiéis: são principalmente o acto penitencial, a profissão de fé, a oração universal e a oração dominical.
37.                Finalmente, entre as restantes fórmulas:
a) umas constituem um rito ou acto por si mesmas, como o hino Glória, o salmo responsorial, o Aleluia e o versículo antes do Evangelho, o Santo, a aclamação da anamnese e o cântico depois da Comunhão;
b) outras destinam-se a acompanhar um rito, como o cântico de entrada, do ofertório, da fracção (Cordeiro de Deus) e da Comunhão.

Modos de proferir os vários textos
38.          Nos textos que devem ser proferidos claramente e em voz alta, quer pelo sacerdote ou pelo diácono, quer pelo leitor ou por todos, a voz deve corresponder ao género do próprio texto, conforme se trata de leitura, oração, admonição, aclamação ou cântico. Igualmente se há-de acomodar à forma de celebração e à solenidade da assembleia. Tenha-se em conta, além disso, a índole peculiar de cada língua e a mentalidade dos povos.
                Nas rubricas e normas que se seguem, as palavras “dizer” ou “proferir” devem ser entendidas como referentes quer ao canto quer à simples recitação, segundo os princípios atrás enunciados.

Importância do canto
39.          O Apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam as suas vozes para cantar salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Col 3, 16). O canto é sinal de alegria do coração (cf. Actos 2, 46). Bem dizia Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”. E vem já de tempos antigos o provérbio: “Quem bem canta, duas vezes reza”.
40.          Deve ter-se, pois, em grande apreço o canto na celebração da Missa, de acordo com a índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia litúrgica. Embora não seja necessário cantar sempre, por exemplo nas Missas feriais, todos os textos que, por si mesmos, se destinam a ser cantados, deve no entanto procurar-se com todo o cuidado que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e festas de preceito.
Na escolha das partes que efectivamente se cantam, dê-se preferência às mais importantes, sobretudo às que devem ser cantadas pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo leitor, com resposta do povo, bem como às que pertence ao sacerdote e ao povo proferir conjuntamente.
41.          Em igualdade de circunstâncias, dê-se a primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana. De modo nenhum se devem excluir outros géneros de música sacra, principalmente a polifonia, desde correspondam ao espírito da acção litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis.
Dado que hoje é cada vez mais frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias mais fáceis.

Os gestos e atitudes corporais

42.          Os gestos e atitudes corporais, tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo, visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos. Para isso deve atender-se ao que está definido pelas leis litúrgicas e pela tradição do Rito Romano, e ao que concorre para o bem comum espiritual do povo de Deus, mais do que à inclinação e arbítrio de cada um.
A atitude comum do corpo, que todos os participantes na celebração devem observar, é sinal de unidade dos membros da comunidade cristã reunidos para a sagrada Liturgia: exprime e favorece os sentimentos e a atitude interior dos presentes.
43.          Os fiéis estão de pé: desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração colecta, inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório “Orai, irmãos”, antes da oração sobre as oblatas, até ao fim da Missa, excepto nos momentos adiante indicados.
Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons ao ofertório; e, se for oportuno, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.
Estão de joelhos durante a consagração, excepto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.
Compete, todavia, às Conferências Episcopais, segundo as normas do direito, adaptar à mentalidade e tradições razoáveis dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa. Atenda-se, porém, a que estejam de acordo com o sentido e o carácter de cada uma das partes da celebração. Onde for costume que o povo permaneça de joelhos desde o fim da aclamação do Sanctus até ao fim da Oração eucarística, é bom que este se mantenha.
Para se conseguir a uniformidade nos gestos e atitudes do corpo na celebração, os fiéis devem obedecer às indicações que, no decurso da mesma, lhes forem dadas pelo diácono, por um ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o que está estabelecido nos livros litúrgicos.
44.          Entre os gestos contam-se também: as acções e as procissões do sacerdote ao dirigir-se para o altar com o diácono e os ministros; do diácono, antes da proclamação do Evangelho, ao levar o Evangeliário ou Livro dos evangelhos para o ambão; dos fiéis ao levarem os dons e ao aproximarem-se para a Comunhão. Convém que estas acções e procissões se realizem com decoro, enquanto se executam os cânticos respectivos, segundo as normas estabelecidas para cada caso.

O silêncio

45.          Também se deve guardar, nos momentos próprios, o silêncio sagrado, como parte da celebração. A natureza deste silêncio depende do momento em que ele é observado no decurso da celebração. Assim, no acto penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e acção de graças.
                Antes da própria celebração é louvável observar o silêncio na igreja, na sacristia e nos lugares que lhes ficam mais próximos, para que todos se preparem para celebrar devota e dignamente os ritos sagrados.


IGMR - IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA


CAPÍTULO I
IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE
DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

16.          A celebração da Missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente ordenado, é o centro de toda a vida cristã, tanto para a Igreja, quer universal quer local, como para cada um dos fiéis. Nela culmina toda a acção pela qual Deus, em Cristo, santifica o mundo, bem como todo o culto pelo qual os homens, por meio de Cristo, Filho de Deus, no Espírito Santo, prestam adoração ao Pai. Nela se comemoram também, ao longo do ano, os mistérios da Redenção, de tal forma que eles se tornam, de algum modo, presentes. Todas as outras acções sagradas e todas as obras da vida cristã com ela estão relacionadas, dela derivam e a ela se ordenam.
17.          Por isso, é da máxima importância que a celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal modo se ordene que ministros sagrados e fiéis, participando nela cada qual segundo a sua condição, dela colham os mais abundantes frutos. Foi para isso que Cristo instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue e o confiou à Igreja, sua amada esposa, como memorial da sua paixão e ressurreição.
18.          Tal finalidade só pode ser atingida se, atentas a natureza e as circunstâncias peculiares de cada assembleia litúrgica, se ordenar toda a celebração de forma a conduzir os fiéis àquela participação consciente, activa e plena, de corpo e espírito, ardente de fé, esperança e caridade, que a Igreja deseja e a própria natureza da celebração reclama, e que, por força do Baptismo, constitui direito e dever do povo cristão.
19.        Embora nem sempre se consiga uma presença e uma participação activa dos fiéis que manifestem com toda a clareza a natureza eclesial da celebração, a celebração eucarística tem sempre assegurada a sua eficácia e dignidade, por ser acção de Cristo e da Igreja, em que o sacerdote realiza a sua principal função e actua sempre para a salvação do povo.
Recomenda-se aos sacerdotes que, sempre que possível, celebrem o sacrifício eucarístico diariamente.
20.       A celebração eucarística, como toda a Liturgia, realiza-se por meio de sinais sensíveis, pelos quais se alimenta, fortalece e exprime a fé. Para isso, deve haver o máximo cuidado em escolher e ordenar as formas e os elementos propostos pela Igreja que, atendendo às circunstâncias de pessoas e lugares, mais intensamente favoreçam a participação activa e plena e mais eficazmente contribuam para o bem espiritual dos fiéis.
21.        O objectivo desta Instrução é traçar as linhas gerais por que se há-de regular toda a celebração eucarística e expor as normas a que deverá obedecer cada uma das formas de celebração.
22.         A celebração da Eucaristia é da maior importância para a Igreja particular.
             O bispo diocesano, como primeiro dispensador dos mistérios de Deus na Igreja particular que lhe está confiada, é o moderador, o promotor e o guardião de toda a vida litúrgica. Nas celebrações por ele presididas, principalmente na celebração eucarística com a participação do presbitério, dos diáconos e do povo, manifesta-se o mistério da Igreja. Esta celebração da missa deve, pois, ser exemplar para toda a diocese.
             Por isso, ele deve procurar que os presbíteros, diáconos e fiéis leigos compreendam sempre profundamente o genuíno sentido dos ritos e textos litúrgicos, e desse modo sejam levados à celebração activa e frutuosa da Eucaristia. Neste mesmo sentido deve procurar que cresça a dignidade das mesmas celebrações, para a promoção da qual muito contribui a beleza dos lugares sagrados, da música e da arte.
23.          Para que a celebração esteja mais plenamente de acordo com a letra e o espírito da sagrada Liturgia, e para que possa aumentar a sua eficácia pastoral, expõem-se, nesta Instrução geral e no Ordinário da Missa alguns ajustamentos e adaptações.
24.          Tais adaptações consistem, muitas vezes, na escolha de certos ritos e textos, como são os cantos, as leituras, as orações, as admonições e os gestos, de forma a corresponderem melhor às necessidades, à preparação e à capacidade dos participantes; elas são da responsabilidade do sacerdote celebrante. Lembre-se contudo o sacerdote que ele próprio é servidor da sagrada Liturgia, e que não lhe é permitido, por sua livre iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for na celebração da Missa.
25.          Além disso, no lugar respectivo do Missal vão indicadas algumas adaptações que, segundo a Constituição da sagrada Liturgia, competem respectivamente ao Bispo diocesano ou à Conferência Episcopal (cf. adiante, nn. 387, 391-395).
26.               No que se refere a variações e adaptações mais profundas, relativas às tradições e à índole dos povos e das regiões, quando for necessário introduzi-las, de acordo com o art. 40 da Constituição sobre a sagrada Liturgia, observe-se o que se expõe na Instrução «A liturgia romana e a inculturação», e mais adiante (nn. 395-399).


INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO

Caríssimos Servidores do Altar, publicaremos em nosso blog uma série de textos da IGMR para seu conhecimento e formação. Começamos com o Proêmio. Bom estudo!

1.       Quando Cristo Senhor estava para celebrar com os discípulos a ceia pascal, na qual instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, mandou preparar uma grande sala mobiliada (Lc 22, 12). A Igreja sempre entendeu que esta ordem lhe dizia respeito e, por isso, foi estabelecendo normas para a celebração da santíssima Eucaristia, no que se refere às disposições da alma, aos lugares, aos ritos, aos textos. As presentes normas, promulgadas por vontade expressa do II Concílio do Vaticano, e o novo Missal que, de futuro, vai ser usado no rito romano para a celebração da Missa, constituem mais uma prova desta solicitude da Igreja, da sua fé e do seu amor inalterado para com o sublime mistério eucarístico, e da sua tradição contínua e coerente, não obstante a introdução de algumas inovações.

Testemunho de fé inalterável
2.        A natureza sacrificial da Missa, solenemente afirmada pelo Concílio de Trento, de acordo com toda a tradição da Igreja, foi mais uma vez formulada pelo II Concílio do Vaticano, quando, a respeito da Missa, proferiu estas significativas palavras: “O nosso Salvador, na última Ceia, instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue, com o fim de perpetuar através dos séculos, até à sua vinda, o sacrifício da cruz e, deste modo, confiar à Igreja, sua amada Esposa, o memorial da sua Morte e Ressurreição”.
Esta doutrina do Concílio, encontramo-la expressamente enunciada, de modo constante, nos próprios textos da Missa. Assim, o que já no antigo Sacramentário, vulgarmente chamado Leoniano, se exprimia de modo inequívoco nesta frase: “todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício, realiza-se a obra da nossa redenção”, aparece-nos desenvolvido com toda a clareza e propriedade nas Orações Eucarísticas. Com efeito, no momento em que o sacerdote faz a anamnese, dirigindo-se a Deus, em nome de todo o povo, dá-Lhe graças e oferece-Lhe o sacrifício vivo e santo, isto é, a oblação apresentada pela Igreja e a Vítima, por cuja imolação quis o mesmo Deus ser aplacado; e pede que o Corpo e Sangue de Cristo sejam sacrifício agradável a Deus Pai e salvação para todo o mundo.
Deste modo, no novo Missal, a norma da oração (lex orandi) da Igreja está em consonância perfeita com a perene norma de fé (lex credendi). Esta ensina-nos que, excepto o modo de oferecer, que é diverso, existe perfeita identidade entre o sacrifício da cruz e a sua renovação sacramental na Missa por Cristo Senhor instituída na última Ceia, ao mandar aos Apóstolos que a celebrassem em memória d’Ele. Consequentemente, a Missa é ao mesmo tempo sacrifício de louvor, de acção de graças, de propiciação e de satisfação.
3.          O mistério admirável da presença real do Senhor sob as espécies eucarísticas, reafirmado pelo II Concílio do Vaticano e outros documentos do Magistério da Igreja, no mesmo sentido e com a mesma doutrina com que o Concílio de Trento o tinha proposto à nossa fé, é também claramente expresso na celebração da Missa, não só pelas próprias palavras da consagração, em virtude das quais Cristo se torna presente por transubstanciação, mas também pela forma como, ao longo de toda a liturgia eucarística, se exprimem os sentimentos de suma reverência e adoração. É este o motivo que leva o povo cristão a prestar culto peculiar de adoração a tão admirável Sacramento, na Quinta-Feira da Ceia do Senhor e na solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
4.            Quanto à natureza do sacerdócio ministerial próprio do presbítero, que em nome de Cristo oferece o sacrifício e preside à assembleia do povo santo, ela é posta claramente em relevo pela própria estrutura dos ritos, lugar de preeminência e função mesma do sacerdote. Os atributos desta função ministerial são enunciados explícita e desenvolvidamente no prefácio da Missa crismal, em Quinta-Feira da Semana Santa, precisamente no dia em que se comemora a instituição do sacerdócio. Nesta acção de graças é claramente afirmada a transmissão do poder sacerdotal mediante a imposição das mãos; e é descrito este poder, enumerando as suas diversas funções, como continuação do poder do próprio Cristo, Sumo Pontífice da Nova Aliança.
5.            Mas esta natureza do sacerdócio ministerial vem também colocar na sua verdadeira luz outra realidade de suma importância, que é o sacerdócio real dos fiéis, cujo sacrifício espiritual é consumado pelo ministério dos sacerdotes em união com o sacrifício de Cristo, único Mediador. Com efeito, a celebração da Eucaristia é acção de toda a Igreja; nesta acção, cada um intervém fazendo só e tudo o que lhe compete, conforme a sua posição dentro do povo de Deus. E foi precisamente isto o que levou a prestar maior atenção a certos aspectos da celebração litúrgica insuficientemente valorizados no decurso dos séculos. Este povo é o povo de Deus, adquirido pelo Sangue de Cristo, congregado pelo Senhor, alimentado com a sua palavra; povo chamado para fazer subir até Deus as preces de toda a família humana; povo que em Cristo dá graças pelo mistério da salvação, oferecendo o seu Sacrifício; povo, finalmente, que, pela comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, se consolida na unidade. E este povo, embora seja santo pela sua origem, vai continuamente crescendo em santidade, através da participação consciente, activa e frutuosa no mistério eucarístico.

Uma tradição ininterrupta
6.            Ao enunciar os princípios que deveriam presidir à revisão do Ordo Missae, o II Concílio do Vaticano, servindo-se dos mesmos termos usados por S. Pio V na Bula Quo primum, que promulgava o Missal Tridentino de 1570, determina, entre outras coisas, que certos ritos sejam restaurados “em conformidade com a antiga norma dos Santos Padres”. Na própria concordância de termos, pode já verificar-se como, não obstante o espaço de quatro séculos que medeia entre eles, ambos os Missais Romanos seguem a mesma tradição. E, se examinarmos atentamente os elementos mais profundos desta tradição, veremos também como, de uma forma muito feliz, o segundo Missal vem aperfeiçoar o primeiro.
7.            Numa época particularmente difícil como aquela, em que estava em perigo a fé católica sobre o carácter sacrificial da Missa, sobre o sacerdócio ministerial, sobre a presença real e permanente de Cristo sob as espécies eucarísticas, o que mais preocupava S. Pio V era salvaguardar uma tradição, algo recente, é certo, mas injustamente atacada, e, consequentemente, introduzir o mínimo de alterações nos ritos sagrados. De facto, este Missal de 1570 pouco difere do primeiro impresso em 1474, o qual, por sua vez, reproduz fielmente o Missal do tempo de Inocêncio III. Além disso, se bem que os códices da Biblioteca Vaticana tenham ajudado a corrigir algumas expressões, não permitiram, naquela diligente investigação dos “antigos e mais fidedignos autores” ir além dos comentários litúrgicos da Idade Média.
8.            Pelo contrário, hoje em dia, aquela “norma dos Santos Padres”, que os correctores do Missal de S. Pio V se propunham seguir, encontra-se enriquecida com numerosos estudos de eruditos. Com efeito, após a primeira edição do chamado Sacramentário Gregoriano, publicado em 1571, os antigos Sacramentários Romanos e Ambrosianos, bem como os antigos livros litúrgicos Hispânicos e Galicanos, têm sido objecto de várias edições críticas, que deram a conhecer numerosíssimas orações de grande valor espiritual, até então desconhecidas.
Além disso, após a descoberta de numerosos documentos litúrgicos, também se conhecem melhor as tradições dos primeiros séculos, anteriores à formação dos ritos do Oriente e do Ocidente.
Há ainda a acrescentar o progresso dos estudos patrísticos, que veio projectar nova luz sobre a teologia do mistério eucarístico, ilustrando-a com a doutrina dos mais eminentes Padres da antiguidade cristã, tais como S. Ireneu, S. Ambrósio, S. Cirilo de Jerusalém, S. João Crisóstomo.
9.            Por isso, a “norma dos Santos Padres” não reclama somente a conservação daquelas tradições que nos legaram os nossos antepassados imediatos; exige também que se abranja e examine mais profundamente todo o passado da Igreja e todos esses diversos modos pelos quais se exprimiu a única e mesma fé, através das mais variadas formas de cultura e civilização, como as que correspondem às regiões semitas, gregas e latinas. Esta mais ampla perspectiva permite-nos descobrir como o Espírito Santo inspira ao povo de Deus uma admirável fidelidade na guarda imutável do depósito da fé, por mais variadas que se apresentem as formas da oração e dos ritos sagrados.

Adaptação às novas circunstâncias
10.          O novo Missal, se por um lado testemunha a norma da oração (lex orandi) da Igreja Romana e salvaguarda o depósito da fé tal como nos foi transmitido pelos Concílios mais recentes, por outro lado significa também um passo de grande importância na tradição litúrgica.
Embora os Padres do II Concílio do Vaticano tenham reiterado as afirmações dogmáticas do Concílio de Trento, falavam contudo numa época da vida do mundo muito distante daquela, o que os levou a apresentar, no campo pastoral, resoluções e orientações impensáveis quatro séculos atrás.
11.          O Concílio de Trento já tinha reconhecido o grande valor catequético que encerra a celebração da Missa; não estava, todavia, em condições de poder extrair daí todas as consequências de ordem prática. Muitos solicitavam que fosse autorizado o uso da língua vernácula na celebração do sacrifício eucarístico. Atentas, porém, as circunstâncias particulares de então, face a um pedido desta natureza, o Concílio entendeu que devia reafirmar a doutrina tradicional da Igreja, segundo a qual o sacrifício eucarístico é, antes e acima de tudo, acção do próprio Cristo e, portanto, a eficácia que lhe é própria não pode ser afectada pelo modo como nele participam os fiéis. E assim, de modo firme e moderado, exprimiu-se nestes termos: “Embora a Missa contenha uma grande riqueza doutrinal para o povo fiel, todavia os Padres não julgaram oportuno que ela fosse habitualmente celebrada em língua vulgar”. E condenou quem sustentasse “ser de rejeitar o uso da Igreja Romana, de recitar em voz baixa o Cânone com as palavras da consagração; ou que se deve celebrar a Missa somente em língua vulgar”. No entanto, se por um lado o Concílio proibia o uso da língua vernácula na Missa, por outro impunha aos pastores de almas a obrigação de suprir esta deficiência com uma catequese adequada: “Para que as ovelhas de Cristo não passem fome..., ordena o sagrado Sínodo aos pastores e a todos os que têm cura de almas que, no decurso da celebração da Missa, façam com frequência, por si ou por outrem, uma explicação dos textos lidos na Missa e, entre outras coisas, exponham algum mistério deste santíssimo sacrifício, especialmente aos domingos e dias festivos”.
12.          Reunido o II Concílio do Vaticano, precisamente com a finalidade de adaptar a Igreja às exigências do seu múnus apostólico em nossos dias, prestou fundamental atenção, como já o fizera o de Trento, à índole didáctica e pastoral da sagrada Liturgia. E porque ninguém, entre os católicos, negava a legitimidade e eficácia do rito sagrado celebrado em latim, o Concílio não teve dificuldade em admitir que “não raro pode ser de grande utilidade para o povo o uso da língua vernácula na Liturgia” e autorizou o seu uso. O entusiasmo com que por toda a parte foi recebida esta decisão conciliar teve como resultado que, sob a égide dos Bispos e da própria Sé Apostólica, se passou a autorizar a língua vulgar em todas as celebrações litúrgicas com participação do povo, a fim de permitir uma compreensão mais plena do mistério celebrado.
13.          Dado que o uso da língua vernácula na Liturgia é um instrumento de grande importância para exprimir mais claramente a catequese do mistério contida na celebração, o II Concílio do Vaticano entendeu dever relembrar a necessidade de pôr em prática algumas prescrições do Concílio de Trento que não tinham sido respeitadas em toda a parte, como a obrigação da homilia aos domingos e dias festivos e a possibilidade de inserir admonições dentro dos próprios ritos sagrados.
Mas, sobretudo, ao aconselhar “a participação mais perfeita na Missa, pela qual os fiéis, depois da comunhão do sacerdote, recebem do mesmo sacrifício o Corpo do Senhor”, o II Concílio do Vaticano exorta a pôr em prática outra recomendação dos Padres Tridentinos: que, para participarem mais plenamente na sagrada Eucaristia, “os fiéis presentes comunguem em cada Missa, não apenas pelo desejo espiritual, mas também pela recepção sacramental da Eucaristia”.
14.          Este mesmo espírito e zelo pastoral levou o II Concílio do Vaticano a reexaminar as decisões do Concílio de Trento referentes à comunhão sob as duas espécies. Uma vez que, hoje em dia, ninguém põe em dúvida os princípios doutrinais relativos ao pleno valor da comunhão eucarística recebida apenas sob a espécie do pão, o Concílio autorizou para certos casos a comunhão sob as duas espécies, com a qual, graças a uma apresentação mais clara do sinal sacramental, se dá aos fiéis ocasião oportuna para compreender mais profundamente o mistério em que participam.
15.          Assim a Igreja, mantendo-se fiel à sua missão de mestra da verdade, conservando o que é “antigo”, isto é, o depósito da tradição, cumpre também o dever de considerar e adoptar o que é “novo” (cf. Mt 13, 52).
Por isso, uma parte do novo Missal apresenta orações da Igreja mais directamente orientadas para as necessidades dos nossos tempos. Isto aplica-se de modo particular às Missas rituais e “para várias circunstâncias”, nas quais se encontram oportunamente combinadas a tradição e a inovação. Assim, enquanto se mantêm intactas inúmeras expressões herdadas da mais antiga tradição da Igreja, transmitidas pelo próprio Missal nas suas múltiplas edições, muitas outras foram adaptadas às necessidades e circunstâncias actuais; outras ainda – como as orações pela Igreja, pelos leigos, pela santificação do trabalho humano, pela comunidade das nações, por algumas necessidades peculiares do nosso tempo – tiveram de ser compostas integralmente, utilizando as ideias, muitas vezes até as expressões, dos recentes documentos conciliares.
Ao utilizar os textos da mais antiga tradição, tendo em conta a situação do mundo contemporâneo, entendeu-se que se podiam modificar certas frases ou expressões sem atentar em nada contra tão venerável tesouro, com o fim de adaptar melhor o seu estilo à linguagem teológica hodierna e reflectir mais perfeitamente a presente disciplina da Igreja; por exemplo: algumas expressões relativas ao apreço e uso dos bens terrenos e outras que se referem a formas de penitência exterior próprias de outros tempos.
Deste modo, as normas litúrgicas do Concílio de Trento foram em grande parte completadas e aperfeiçoadas pelas do II Concílio do Vaticano, que pôde levar a termo os esforços no sentido de aproximar mais os fiéis da sagrada Liturgia, esforços estes desenvolvidos ao longo dos últimos quatro séculos, sobretudo nos tempos mais recentes, graças especialmente ao zelo litúrgico de S. Pio X e seus Sucessores.