Irmãos e Irmãs, segue a carta de abertura do Ano da Fé do Excelentíssimo Reverendíssimo Pai Dom Dirceu Vegini, Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu. Estejamos atentos à palavra do nosso Pastor e vivamos com ardor e coração aberto este ano no qual a Igreja, por meio do Sumo Pontífice Bento XVI, nos convida a nos fortalecermos na fé.
A Abertura oficial do Ano da Fé em nossa diocese se dará na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O Santo Sacrifício da Missa será presidido pelo Reverendíssimo Dom Dirceu Vegini na Catedral Nossa Senhora de Guadalupe, às 8h do próximo dia 12. Todos nós, fiéis deste rebanho, somos convidados a participarmos deste momento em que no Sacrifício Eucarístico, à Solenidade da Mãe Aparecida, teremos oficialmente aberto o Ano da Fé. Nas paróquias a abertura se dará nos dias 13 e 14.
Abertura
do Ano da Fé
1.
Com a Carta Apostólica “Porta
Fidei”, o Papa Bento XVI anunciou a abertura do Ano da Fé, no dia 11 de outubro de 2012, que culminará na Festa de Cristo
Rei, no dia 24 de novembro de 2013.
Neste
mês de outubro acontecerá a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos a realizar-se
em Roma, convocada pelo papa Bento XVI com o tema: A nova evangelização para a transmissão da fé, com a finalidade de
introduzir a Igreja inteira em um tempo de particular reflexão e redescoberta
da fé.
2.
No início de seu ministério como
sucessor do Apóstolo Pedro, Bento XVI falou: “Nós existimos para mostrar Deus
aos homens. E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a vida. Só quando
encontramos em Cristo o Deus vivo, conhecemos o que é a vida. Cada um de nós é
fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é
amado, cada um de nós é necessário. Não há nada mais belo do que conhecê-lo e
comunicar aos outros a Sua amizade...”
Ao
iniciar o seu ministério como Bispo de Roma, afirmou seu programa norteador:
levar aos homens e mulheres do nosso tempo a experiência do Deus vivo, que é
amor, e de sua Palavra – Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
3.
O mundo atual passa por uma
profunda crise de fé – fé não mais vivida como pressuposto óbvio da vida
diária, mas negada –que tem atingido muitas pessoas com a consequente perda do
sentido religioso da vida, o resgate da fé e do sentido religioso à vida das
pessoas constitui o maior desafio para a Igreja de hoje. Assim, o papa crê que
o Ano da Fé será “um momento de graça e de compromisso para uma conversão a
Deus, cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé n’Ele e para O
anunciar com alegria ao homem do nosso tempo”.
Antes
podíamos supor a fé dos cristãos, hoje a iniciação cristã passa a ser a
principal urgência, pois, não basta o batismo que recebemos, se não formos
introduzidos em uma educação progressiva, gradual e permanente da fé. Por isso
o nosso Plano Diocesano da Ação Evangelizadora fala da Paróquia, casa de
iniciação à vida cristã, lugar da experiência pessoal e comunitária do encontro
com Deus, por meio de Jesus Cristo, no dom do Espírito Santo.
4.
Percebemos a necessidade de ir ao
encontro de Jesus para escutá-lo, estar com ele como a samaritana, à beira do
poço de Jacó, alimentados por Ele, Palavra e Pão da vida, sermos fiéis
discípulos missionários d’Ele. É fundamental deixar-se impulsionar pelo Seu
amor, fazendo de nossa vida um evangelho vivo para aquelas pessoas que não O
conhecem, a começar pelas nossas comunidades, no centro, na periferia, nas
favelas, no meio rural, nos centros de decisões, no mundo da política, na
realidade social, nos meios de comunicação, na família, na educação, no
sofrimento.
5.
Nosso compromisso exige um empenho
eclesial, que estejamos convictos e a favor de uma evangelização capaz de redescobrir
a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. É necessário
intensificar nossa reflexão sobre a fé – virtude teologal que exige ser
celebrada, alimentada e vivenciada no dia a dia. Celebrar a fé na liturgia,
sobretudo pela participação na Eucaristia e que o testemunho dos que crêem seja
marcado pela credibilidade.
6.
Como Igreja, possamos descobrir
novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir
sobre o próprio ato com que se crê como compromisso que cada crente deve
assumir a partir deste Ano da Fé. Que a Profissão de Fé (Credo) seja nossa
oração diária, de preferência de cor – de coração.
Aprender
cada dia que a fé é dinâmica, pertence ao hoje da nossa vida, e que significa
estar com o Senhor, viver com Ele e para Ele, colocando toda nossa liberdade à
disposição d’Ele, assumindo nossa responsabilidade na construção de um mundo
mais digno, solidário e justo. É a fé que nos encoraja, faz-nos destemidos e
transparentes no testemunho que o mundo tanto necessita.
7.
Deus toma a iniciativa, Ele vem ao
nosso encontro, convida-nos e abre plenamente à fé. Que o sopro do Espírito
Santo torne a Igreja aberta e solidária aos problemas de toda a humanidade,
fazendo suas “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos
homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem” (GS Nº 1).
8.
O Catecismo da Igreja católica é
fruto do Concílio Ecumênico Vaticano II, deve ser instrumento indispensável ao
serviço da catequese. Ele é um subsídio precioso e indispensável quanto ao
conteúdo da fé e sua sistematização. Não é possível testemunhar a fé com
convicção sem conhecê-lo e amá-lo.
9.
Uma fé sem obras é uma fé morta,
como nos exorta o Apóstolo Tiago (Tg 2, 14-18). A fé exige compromisso no
seguimento de Cristo, que passa pela opção preferencial pelos pobres. Nossa fé
na pessoa de Jesus Cristo deve nos apontar para o serviço da vida para todos,
promovendo a dignidade da vida humana, desde a fecundação até a morte natural.
Não esqueçamos que a vida está no centro da mensagem de Jesus. No nosso
trabalho pastoral é preciso reconhecer nos marginalizados, excluídos, vítimas
das injustiças, doentes e naqueles que nos procuram aflitos, o rosto de Cristo
Sofredor.
Impõe-se
uma dedicação ativa, que mobilize a comunidade, visando a uma ação que os ajude
a recuperar a dignidade, devolvendo, de algum modo, aquele amor com que Ele, o
Senhor Jesus, cuida de nós.
10.
Possa o Ano da Fé tornar cada vez
mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para
olhar para o futuro e a garantia de um amor autêntico e duradouro. Que nossa fé
seja genuína, como diz o Apóstolo Pedro: “Sem O terdes visto, vós O amais; sem
O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e
irradiante, alcançando assim a meta da fé: a salvação das almas” (1Pd 1, 9).
11.
Que Nossa Senhora, Mãe de Jesus –
Serva obediente ao Pai, a grande peregrina da fé, aquela que acreditou e viveu
como perfeita discípula missionária –ensine-nos a caminhar ao encontro do Seu
Filho e a percorrer com confiança, alegria e renovado compromisso, todas as
etapas da fé: de Nazaré ao calvário, chegando à gloriosa Ressurreição.
12.
Que o Espírito Santo – Dom de Deus
– que guiou Maria e a Igreja, confirme-nos na fé, ajude a guardá-la,
manifestá-la com empenho e ardor missionário a todas as pessoas que fazem parte
de nossa Diocese.
Foz
do Iguaçu, 1º de outubro de 2012,
Memória
de Santa Teresinha do Menino Jesus e
Início
da Semana Nacional da Vida
Dom Dirceu Vegini
Bispo Diocesano
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