Caro leitor, algumas coisas é sempre bom lembrar... Trazemos novamente para reflexão o tema da Cruz do Altar, que por vezes, tem se tornado causa de transtornos em algumas comunidades paroquiais e dioceses. Queremos novamente com esses textos (o 2º é do Vaticano) ajudar você e sua comunidade a caminhar em sintonia e comunhão com a Igreja Universal. Não queremos outra coisa, a não ser caminhar com a Igreja.
Humildemente pedidos a todos que não deturpem o pensamento do Santo Padre e do seu Magistério.
Novamente colocamos em anexo algumas fotos, para exemplificar o arranjo tal como ele é, e assim, tirar a fantasia de muita gente, que diz que o Santo Padre e o Vaticano não usam o tal arranjo.
O arranjo do crucifixo com velas sobre o altar está orientado no Cerimonial dos Bispos e na Instrução Geral ao Missal Romano. Na IGMR nº117:"O altar deve ser coberto pelo menos com uma toalha de cor branca. Sobre o altar ou perto dele, dispõem-se, em qualquer celebração, pelo menos dois castiçais com velas acesas, ou quatro ou seis, sobretudo no caso da Missa dominical ou festiva de preceito, e até sete, se for o Bispo diocesano a celebrar. Igualmente, sobre o altar ou perto dele, haja uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado. Os castiçais e a cruz ornada com a imagem de Cristo crucificado podem ser levados na procissão de entrada. Também se pode colocar sobre o altar o Evangeliário, distinto do livro das outras leituras, a não ser que ele seja levado na procissão de entrada." ou ainda o nº 122." Ao chegarem ao altar, o sacerdote e os ministros fazem uma inclinação profunda. A cruz adornada com a imagem de Cristo crucificado e levada na procissão (povo peregrino que caminha com o seu Senhor) pode colocar-se junto do altar, para se tornar a cruz do altar...".
O Santo Padre Bento XVI é quem tem insistido, pela Sagrada Tradição - não como lei, mas como conselho e pedido - que se coloque o crucifixo no centro, voltado para o celebrante. Basta ver, por exemplo, o livro dele "Introdução ao Espírito da Liturgia". O Santo Padre tem insistido na hermenêutica da continuidade e não da ruptura.
Novamente a IGMR nº 296. "O altar, em que se torna presente sob os sinais sacramentais o sacrifício da cruz, é também a mesa do Senhor, na qual o povo de Deus é chamado a participar quando é convocado para a Missa; o altar é também o centro da ação de graças celebrada na Eucaristia." E também o nº 297. "A celebração da Eucaristia em lugar sagrado faz-se sobre o altar... coberta sempre com uma toalha e o corporal, e com a cruz e os candelabros.". É interessante no documento da Instrução Geral do Missal Romano, a insistência com a Cruz. Veja o nº 308. "Sobre o altar ou junto dele coloca-se também uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado.... Convém que, mesmo fora das ações litúrgicas, permaneça junto do altar uma tal cruz, para recordar aos fiéis a paixão salvadora do Senhor." (Lembre-se o que disse acima: (O Santo Padre Bento XVI é quem tem insistido, pela Sagrada Tradição - não como lei, mas como conselho e pedido - que se coloque o crucifixo no centro, voltado para o celebrante).
E ainda o da Santa Sé:
O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica no nº 218, faz a seguinte pergunta: "O que é a liturgia?" E responde:
A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do Mistério pascal. Nela, através do exercício do ofício sacerdotal de Jesus Cristo, com sinais se manifesta e se realiza a santificação do homem e é exercido pelo Corpo Místico de Cristo, que a cabeça e os membros, o culto público devido a Deus.
A partir desta definição, entendemos que o centro da ação litúrgica da Igreja é Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e seu mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição. A celebração litúrgica deve ser a transparência dessa verdade teológica. Por muitos séculos, o símbolo escolhido pela Igreja para a orientação do coração e do corpo durante a liturgia é uma representação de Jesus crucificado.
A centralidade do crucifixo na celebração do culto divino é mais proeminente no passado, quando existia a tradição de que o padre e os fiéis durante a celebração eucarística estavam voltados para o crucifixo no centro, acima do altar, que era geralmente contra a parede. Para o costume de celebrar o atual "versus populum", muitas vezes, a cruz está localizada ao lado do altar, perdendo a sua localização central.
O então teólogo e cardeal Joseph Ratzinger, tinha reiterado que, mesmo durante a celebração "versus populum", o crucifixo devia se mantido na sua posição central, mas é impossível pensar que a imagem do Senhor crucificado - que exprime o seu sacrifício e então o significado mais importante da Eucaristia - pudessem ser de alguma maneira perturbadora. Depois de se tornar Papa, Bento XVI, em seu prefácio ao primeiro volume de sua "Gesammelte Schriften", disse que estava feliz pelo fato que se estava fazendo sempre mais vezes a sua proposta em seu famoso ensaio "Introdução ao Espírito da Liturgia". Esta proposta foi a sugestão de "não avançar com novas transformações, mas simplesmente pôr a cruz no centro do altar, para que esta possa assistir ao mesmo tempo sacerdote e fiéis, para serem orientados, assim, para o Senhor, a Quem nós oramos juntos."
O crucifixo no centro do altar nos mostra o esplendor do significado da sagrada liturgica, que podem ser resumidas no nº 618 do Catecismo da Igreja Católica, uma parte que termina com uma citação agradável de Santa Rosa de Lima:
A cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2,5). Mas, pelo fato de que, na sua Pessoa Divina encarnada, "de certo modo uniu a si mesmo todo homem" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Gaudium et Spes, 22), "oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Ministério Pascal. (ibid.). Chama a seus discípulos a "tomar a cruz e a segui-lo" (Mt 16, 24), pois "sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos os seus passos" (1Pd 2, 21). Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários dele. (cf. Mc 10,39 João 21,18-19; Col 1:24). Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro ao mistério do seu sofrimento redentor. (cf. Lc 2,35).
"Fora da Cruz, não existe outra escada por onde subir ao céu". (Santa Rosa de Lima, cf. P. Hansen, Vita mirabilis, Louvain 1668).
Fonte: Vaticano
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