III. As várias partes
da Missa
A) Ritos iniciais
46. Os
ritos que precedem a liturgia da palavra – entrada, saudação, acto penitencial,
Kýrie (Senhor, tende piedade de nós), Glória e oração colecta – têm o carácter
de exórdio, introdução e preparação.
É sua finalidade estabelecer a comunhão entre os fiéis
reunidos e dispô-los para ouvirem devidamente a palavra de Deus e celebrarem
dignamente a Eucaristia.
Em algumas celebrações que, segundo as normas dos livros litúrgicos, se ligam à
Missa, os ritos iniciais omitem-se ou realizam-se de modo específico.
Entrada
47. Reunido o povo, enquanto entra o sacerdote com o diácono e os ministros,
inicia-se o cântico de entrada. A finalidade deste cântico é dar início à
celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do
tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a procissão de entrada
do sacerdote e dos ministros.
48. O cântico de entrada é executado alternadamente pela schola e
pelo povo, ou por um cantor alternando com o povo, ou por toda a assembleia em
conjunto, ou somente pela schola. Pode utilizar-se ou a antífona com o
respectivo salmo que vem no Gradual Romano ou no Gradual simples, ou outro
cântico apropriado à acção sagrada ou ao carácter do dia ou do tempo, cujo
texto tenha a aprovação da Conferência Episcopal.
Se não há cântico de entrada, recita-se a antífona que
vem no Missal, ou por todos os fiéis, ou por alguns deles, ou por um leitor; ou
então pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la à maneira de admonição
inicial (cf. n. 31).
Saudação do altar e da assembleia
49. Chegados ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o
altar com inclinação profunda.
Em sinal de veneração, o sacerdote e o diácono beijam
então o altar; e, se for oportuno, o sacerdote incensa a cruz e o altar.
50. Terminado o cântico de entrada, o sacerdote, de pé junto da cadeira, e
toda a assembleia fazem sobre si próprios o sinal da cruz; em seguida, pela
saudação, faz sentir à comunidade reunida a presença do Senhor. Com esta
saudação e a resposta do povo manifesta-se o mistério da Igreja reunida.
Depois da saudação do povo, o sacerdote, ou o diácono,
ou outro ministro, pode, com palavras muito breves, introduzir os fiéis na
Missa do dia.
Acto penitencial
51. Em seguida, o sacerdote convida ao acto penitencial, o qual, após uma
breve pausa de silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de
confissão geral e termina com a absolvição do sacerdote; esta absolvição,
porém, carece da eficácia do sacramento da penitência.
Ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado acto
penitencial pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória
do batismo.
Kýrie, eleison
52. Depois do acto penitencial, diz-se sempre o Senhor, tende piedade de
nós (Kýrie, eléison), a não ser que já tenha sido incluído no acto
penitencial. Dado tratar-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e
imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma
alternada entre o povo e a schola ou um cantor.
Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes,
o que não exclui, porém, um maior número, de acordo com a índole de cada
língua, da arte musical ou das circunstâncias. Quando o Kýrie é cantado
como parte do acto penitencial, cada aclamação é precedida de um «tropo».
Glória in excelsis
53. O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada
no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido
substituir o texto deste hino por outro. É começado pelo sacerdote ou, se for
oportuno, por um cantor, ou pela schola, e é cantado ou por todos em
conjunto, ou pelo povo alternando com a schola, ou só pela schola.
Se não é cantado, é recitado ou por todos em conjunto ou por dois coros
alternadamente.
Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento e
da Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em particulares celebrações
mais solenes.
Oração colecta
54. Em seguida, o sacerdote convida o povo à oração; e todos, juntamente com
ele, se recolhem uns momentos em silêncio, a fim de tomarem consciência de que
se encontram na presença de Deus e poderem formular interiormente as suas
intenções. Então o sacerdote diz a oração que se chama «colecta», pela qual se
exprime o carácter da celebração. Segundo a tradição antiga da Igreja, a oração
dirige-se habitualmente a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, e termina com a conclusão trinitária, isto é, a mais longa, deste
modo:
– se é dirigida ao Pai: Per Dóminum nostrum Iesum
Christum Fílium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sancti,
Deus, per ómnia sáecula saeculórum;
– se é dirigido ao Pai, mas no fim é mencionado o
Filho: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spíritus Sancti, Deus, per omnia
sáecula saeculórum;
– se é dirigido ao Filho: Qui vivis et regnas cum
Deo Patre in unitate Spíritus Sancti, Deus, per omnia sáecula saeculórum.
O povo associa-se a esta súplica e faz sua a oração
pela aclamação Amen.
Na
Missa diz-se sempre uma só oração colecta.
* Com a aprovação da
Sé Apostólica, nos países de língua portuguesa as orações concluem todas do
mesmo modo:
– se é dirigida ao Pai: Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;
– se é dirigido ao Pai, mas no fim é mencionado o
Filho: Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;
– se é dirigido ao Filho: Vós que sois Deus com o
Pai na unidade do Espírito Santo.
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